Amanda Campos

Amanda Campos 01 Sem título_2018_Xilogravura sobre papel canson (2)

Amanda Campos
Sem título
Xilogravura sobre papel canson
10 x 40 cm
2018

Amanda Campos
(Des)construir-se
impressão serigráfica em papel paraná (1° montagem & 2° com inclusão de texto)
Dimensões variáveis
2018

Amanda Campos
Mural no Sítio Garapa

Maricá, Rio de Janeiro
Maquete da instalação do mural / impressão serigráfica sobre azulejos
100 unidades de 10x10cm
2021

O conjunto de vídeos e projeto final permeiam sobre o mesmo assunto, fluem como um grande rio, vindo de Amanaiara – Ceará, terra que termina com nome de sereia, nome da mãe d’água Iara, que nada pelos rios e mares até chegar ao Rio de Janeiro. Ao tratar sobre os diferentes tempos e lugares utilizados como meios de produção, de modo que ambos são apresentados como trabalho final. A vida do migrante, que busco apresentar na pesquisa, sempre estará presa entre dois mundos, do ser e não-ser, atado a duas culturas, ainda que díspares e contrárias. Faço parte de uma grande família de migrantes, mas do migrar, tudo o que conheço são as histórias. O tempo dividido entre essas cidades tão diferentes, um tempo sempre entre dois, entre lugares e pessoas, técnicas e materialidades, história e arte, sempre indo e voltando neste Governo de Criança. O projeto, um mural de azulejos com a imagem fragmentada da Sereia, consiste em alocar tanto texto e imagem juntos no local de narrar sonhos, de contar histórias: o Sítio Garapa, em Maricá, próximo ao açude, criando assim, um Ceará dos sonhos. De modo que para além de texto e imagem, também é possível estabelecer relação com a água.
A Série Entre consiste em três vídeos realizados durante os últimos meses de finalização, o trabalho é uma espécie de preparação para o projeto final, adequando-se como uma forma para clarear as ideias que seriam posteriormente escritas. O Entre Paredes, primeiro a ser produzido, entra como uma forma de reconhecer o habitat costumeiro, entender os diferentes rios que circundam o cotidiano e compreender o que é o devir, esse vir a ser, que marca o próprio trabalho do inconsciente. Numa dança levada e velada pelo vento, o desaparecer por completo do duplo da janela e da árvore, tudo no vídeo se dá de forma muito orgânica.
Entre Escutas se introduz como um meio de colocar em palavras literais e, finalmente, entender o que era necessário fazer. Escrever uma carta e endereçá-la à alguém que captasse o que estava sendo dito, uma pessoa que também é pertencente a uma família de migrantes, o ato da escrita acaba exercendo a função de criar laços de identificações ao discutir sobre o local que parece nunca mudar, concebendo esse rio de palavras e de conversas. Entre Inteiros costura entre os meios possíveis implantados pela pandemia do COVID-19, uma forma de ser e estar em contato com o lugar Ceará, mesmo que à distância iminente. O trabalho acaba criando uma espécie de narrativa escatológica, de como era o mundo para como está sendo na atualidade, sem que consigamos de fato viver normalmente, vida essa incerta de que algum dia esse ciclo acabará e finalmente poderemos recomeçar. Retornar para o antigo normal?

Amanda Campos
#Entre Paredes
vídeo
0:50
2021

Amanda Campos
#Entre Inteiros
vídeo
1:36
2021

Amanda Campos
#Entre Escutas
vídeo sonoro
3:35
2021

Orientação TFG: Maria Moreira